CBF encomenda pesquisa nacional para compreender o torcedor brasileiro

Andar com fé ajuda a curar: diretor da Rede D'Or e dirigente de centro de umbanda explicam motivos

A revista Nature,resultado da quina bolao veículo científico de excelência, tem publicado estudos sobre como práticas religiosas e espirituais afetam o cérebro e podem contribuir para o tratamento de condi??es como dor cr?nica e dependência química. No Brasil, desde 2006 as chamadas Práticas Integrativas e Complementares s?o oferecidas no SUS. Nos últimos anos, cren?a e ciência andam entrela?ados, e espa?os comunitários como a Casa de Cura, em Vargem Grande, recebem mais gente que acredita nessa combina??o. 'Impacta a família': 'A mulher que sempre cuidou de tudo agora requer aten??o especial', diz especialista em menopausaNovo ponto de embarque: Buser passa a oferecer saídas da Avenida das Américas O local é um centro umbandista que oferece tratamentos gratuitos a pessoas de todas as cren?as, do reiki às cirurgias espirituais, todas as ter?as-feiras. Na chegada, os visitantes s?o recebidos por voluntários. Após uma breve entrevista, cada pessoa é encaminhada para uma das dez terapias disponíveis. Nas sextas, acontecem as giras tradicionais de umbanda, quando guias espirituais oferecem aconselhamento e trabalhos de cura mental. — Nosso olhar é universalista. Queremos que cada pessoa encontre aqui a terapia que mais se conecta com seu momento de vida — explica Adriana, m?e pequena da casa. —A espiritualidade n?o substitui o tratamento médico, mas complementa, trazendo clareza e serenidade. O espa?o também organiza rituais que combinam ayahuasca, medicina do cacau e rapé duas vezes por mês, mesclando elementos do xamanismo com a umbanda. O valor cobrado neste caso, de R$ 207, é destinado apenas à manuten??o da casa, frisa Adriana. Cursos pagos de reiki, bruxaria natural, apometria e teologia de umbanda também fazem parte da programa??o. Tratamento de reiki na Casa de Cura, em Vargem Grande — Foto: Marcos Sobral Moradora da Barra há 20 anos, Viviane Gon?alves diz que escolheu o bairro pela qualidade de vida e pela proximidade com a natureza. Foi um problema de saúde que a levou, anos depois, a conhecer a Casa de Cura, por intermédio de um amigo de infancia, dirigente do espa?o. Diagnosticada com cancer, Viviane conciliou o tratamento tradicional com práticas no local. Sua primeira experiência foi uma cirurgia espiritual. — Eles sempre perguntam se a gente está seguindo o tratamento médico e incentivam a n?o abrir m?o dele. Refor?am que o acontece ali é complemento — conta. Para ela, essa combina??o trouxe serenidade em meio a um período delicado. — Acho que me deu mais seguran?a para acreditar que ia ficar curada. Passei pelo tratamento de forma tranquila, os efeitos da químio foram poucos. Eu me sentia mais forte, confiante de que tudo ia ficar bem — lembra Viviane. Hoje, em remiss?o da doen?a, ela continua frequentando o centro para sess?es de equilíbrio de chakras e práticas xamanicas. A cada visita, que leva cerca de 40 minutos de carro a partir da Barra, Viviane diz encontrar n?o apenas cuidado, mas também conex?o. — é um momento em que a gente sai do urbano e se reconecta. Isso traz equilíbrio, bem-estar e serenidade para enfrentar as adversidades do dia a dia. Espiritualidade é isso — pondera. Tratamento na Casa de Cura, em Vargem Grande: atendimento, gratuito, é às ter?as — Foto: Marcos Sobral O ponto de vista médico Diretor de Oncologia Rede D’Or no Rio de Janeiro, Marcus Vinicius Santos concorda que espiritualidade é uma das ferramentas importantes para a busca do equilíbrio. Espírita e especializado em geriatria, o médico afirma que um bom equilíbrio entre exercício físico, alimenta??o e espiritualidade resulta em uma base forte, que leva à longevidade. — A gente pode falar de mindfulness, medita??o direcionada ou da própria cren?a religiosa, por exemplo. A chave é harmonizar tudo para ficar no seu eixo e construir uma estrutura para seguir em frente, se cuidando — explica Santos. Segundo ele, uma raz?o fisiológica explica a rela??o entre o bem-estar mental e a saúde física. — Quando estamos nos sentindo bem, horm?nios “bons” ficam disponíveis e nos sentimos dispostos. Em contrapartida, quando pensamos negativamente, é comum sentirmos mal-estar no est?mago, o pesco?o travar. Isso porque entramos em contato com horm?nios que despertam instintos primitivos, e o nosso organismo se prepara para a defesa, luta ou fuga. Por isso a importancia do autocuidado — pontua. Ele cita que, n?o por acaso, há na medicina oriental um estímulo a medita??o, autoanálise e autocuidado, que preparam para enfrentar algumas situa??es estressantes. — Imagina andarmos na velocidade máxima do carro durante 24 horas. A máquina uma hora n?o aguenta, alguma pe?a vai alertar para um problema. Com o corpo humano é a mesma coisa. Se eu trabalhar em nível de estresse máximo, ele vai apresentar altera??es. Principalmente no nosso quadro endocrinológico: há mais chances de diabetes e hipertens?o e, a partir daí, outros problemas como infarto e AVC — explica o médico. A espiritualidade aumenta a qualidade de vida do paciente, diz. Ele observa que pessoas que buscam esse apoio apresentam menos quadros depressivos e mais disposi??o no dia a dia. Em casos de pacientes oncológicos terminais, aponta que a sobrevida é um pouco maior nos pacientes que acreditam na cura: — Tenho alguns pacientes hoje que têm uma boa rela??o com a espiritualidade. Isso vira um ponto de referência importante até para que ele compreenda a evolu??o da doen?a, aceite melhor o quadro e tenha uma recep??o compreensiva de como a vida vai seguir a partir do diagnóstico. Também ajuda a n?o largar o tratamento. Fachada do Hospital Barra D'Or em 2023 — Foto: Arquivo No Barra D’Or, uma das unidades em que trabalha, Santos conta que, recentemente, uma paciente terminal pediu para “ter contato com Deus”: — Ela pediu para ver o sol e ter contato com Deus. Providenciamos que saísse para sentir essa energia externa. A gente conecta o bem-estar do paciente à cren?a dele; isso ajuda a sair do looping de sofrimento — pondera. Santos ressalta que atualmente há núcleos de estudos sérios falando sobre medicina e espiritualidade, além de congressos e publica??es científicas no mundo inteiro. Ele considera bem-vindo que a espiritualidade atue de forma complementar, sempre aliada ao tratamento médico. Mas alerta que é necessário ter cuidado com práticas que vendem uma cura, associando bem-estar a dinheiro empregado, e d?o ao paciente falsas esperan?as. * Esta reportagem foi publicada no especial Saúde do GLOBO-Barra em 31/08 Mais recente Próxima 'Impacta a família. A mulher que sempre cuidou de tudo agora requer aten??o especial', diz especialista em menopausa Mais do O Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ color:transparent;height:100%;width:100%}.feed-post-body{ padding:24px 24px 0}.feed-post-link{ display:block;text-decoration:none}.feed-post-header{ color:#333;font:16px/20px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.32px}.bstn-aovivo-label,.feed-post-header-chapeu{ vertical-align:middle}.bstn-aovivo-label{ 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