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Cratera de vulc?o em MG pode suprir 20% da demanda global por terras raras, minerais estratégicos cobi?ados pelos EUA

A demanda global cada vez mais crescente por energia limpa tem causado uma corrida pela busca de minérios terras raras no mundo todo.

Em Po?os de Caldas (MG),?oemMGpodesuprirdademandaglobalporterrasrarasmineraisestratégicoscobi?roleta de time europeu onde pesquisas apontaram que uma cratera de um vulc?o extinto tem potencial para suprir mais de 20% da demanda mundial, empresas têm feito um esfor?o para encontrar estes compostos.

Atualmente, há 1.882 autoriza??es de pesquisa de solo para terras raras concedidas pela Agência Nacional de Minera??o (ANM). No estado mineiros, s?o 361, um ter?o delas na regi?o de Po?os de Caldas (MG).

A busca por energia limpa tem impulsionado a procura por terras raras em todo o mundo. Em Po?os de Caldas (MG), empresas correm para explorar uma cratera de vulc?o extinto que pode suprir cerca de 20% da demanda global por estes minérios. Mesmo com tens?es comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o governo norte-americano demonstrou interesse em firmar acordos para adquirir esses minérios, segundo o Instituto Brasileiro de Minera??o (Ibram).

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Empresas brasileiras e estrangeiras têm feito uma corrida pela explora??o de terras raras. A Agência Nacional de Minera??o (ANM) já concedeu 1.882 autoriza??es para pesquisa desses minerais no Brasil. Em Minas Gerais, s?o 361 pedidos, e cerca de um ter?o está concentrado na regi?o de Po?os de Caldas.

Terras raras s?o um conjunto de 17 minérios de difícil extra??o. Nem todos s?o utilizados na matriz energética, mas alguns deles como neodímio e praseodímio s?o essenciais para a produ??o de ím?s super magnéticos que s?o usados em motores de carros elétricos, turbinas eólicas, entre outros equipamentos de alta tecnologia (veja infográfico abaixo).

Atualmente, há 1.882 autoriza??es de pesquisa de solo no Brasil para terras raras concedidas pela Agência Nacional de Minera??o (ANM). No estado mineiros, s?o 361, um ter?o delas na regi?o de Po?os de Caldas (MG).

Em sua maioria, as solicita??es foram feitas em 2023 e 2024 por empresas brasileiras e estrangeiras.

1 de 4 Regi?o da cratera do vulc?o de Po?os de Caldas (MG) tem cerca de 100 pedidos de pesquisa de solo para terras raras — Foto: Agência Nacional de Minera??o (ANM)

Com cerca de 800 km2, a cratera - também chamada de plantalto - de Po?os de Caldas, que engloba os municípios mineiros de Po?os de Caldas, Andradas, Caldas, além de águas da Prata em S?o Paulo, pode gerar 300 milh?es de toneladas de terras raras, segundo o geólogo álvaro Fochi, que foi o responsável por encontrar a jazida no início dos anos 2010.

De acordo com o geólogo Paulo Henrique Silva Lopes, os solicitantes de área de pesquisa têm até 3 anos para desenvolverem os estudos e apresentar um relatório. Somente depois deste documento é possível fazer um pedido de lavra do solo.

"Tem muita ocorrência n?o descoberta. Mesmo que n?o haja uma geologia clara, é feita a solicita??o na esperan?a de encontrar algo porque a regi?o está 'em cima do veio' ", explica.

2 de 4 Amostra de argila retirada de área formada sobre cratera de vulc?o extinto no Sul de Minas rica em elementos conhecidos por terras raras — Foto: Viridis/Divulga??o

Duas empresas de minera??o australianas já se adiantam e devem come?ar a extrair terras raras na regi?o entre 2026 e 2027. Somadas, elas devem explorar uma área de 420 km2.

Em apenas 15% desta área foram identificados 2 bilh?es de toneladas de argila com íons de terras raras. De acordo com estudos destas mineradoras, essa quantidade garante 20 anos de minera??o.

3 de 4 área de extra??o de "terras raras" na regi?o da caldeira vulcanica de Po?os de Caldas — Foto: Divulga??o / Meteoric Resources

Disputa global por terras raras

Terras raras, assim como outros minérios chamados de críticos, como o lítio, ganhou importancia estratégica em todo o mundo por serem cruciais para setores como tecnologia, energia renovável e defesa e virou, inclusive, alvo de disputas comerciais entre China e Estados Unidos.

No final de julho, o presidente do Instituto Brasileiro de Minera??o (Ibram), Raul Jungmann, afirmou que o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, manifestou interesse do governo norte-americano nos minerais críticos e estratégicos (MCEs) do Brasil.

'Ninguém p?e a m?o', diz Lula em meio ao interesse dos EUA em metais estratégicosPor que decis?o da China de restringir exporta??o de terras raras é duro golpe para EUA'Terras raras' s?o ponto-chave na geopolítica mundial, e Brasil tem potencial na área; entenda

O interesse por terras raras e minerais estratégicos é parte de uma política global do presidente Donald Trump, que tem pressionado outros países a garantir o fornecimento desses recursos aos EUA.

Os EUA perderam o a lideran?a de explora??o de terras raras para a China nos anos 1990, que, desde ent?o, domina a explora??o destes minérios, além de ser responsável por mais de 90% da produ??o de im?s permanentes.

Dados do Ministério de Minas e Energia (MME) apontam que o Brasil possui a segunda maior reserva conhecida de terras raras do mundo, com 21 milh?es de toneladas, o equivalente a 23% do total global. O país já tem mapeado projetos de terras raras nos estados de Goiás, Minas Gerais, e há jazidas mapeadas na Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro, S?o Paulo e Roraima.

O governo brasileiro tem empenhado esfor?os para criar uma cadeia produtiva nacional em tornos dos minérios estratégicos. Em junho, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES) aprovaram 56 planos de negócios selecionados em chamada pública, totalizando R$ 45,8 bilh?es. Dentre os escolhidos, 10 projetos s?o para terras raras; oito para lítio; seis para grafite; quatro para cobre; quatro para silício; além de outros projetos para níquel, titanio e minerais do grupo da platina.

Fácil explora??o

Além da grande quantidade de terras raras, o depósito de Po?os de Caldas é especial por apresentar esses minérios em argila i?nica, bem próximos à superfície, a cerca de 30 metros de profundidade no subsolo, o que facilita a sua extra??o, barateia o processo e o torna menos danoso ao meio ambiente.

O processo de extra??o e reabilita??o ambiental da área ocorre de forma contínua em um sistema que, ao mesmo tempo é aberta uma nova cava, outra já explorada vai sendo recuperada com o material retirado da anterior e assim por diante. Este sistema é chamado de backfill.

De acordo com as mineradoras, este processo é cinco vezes mais barato que a extra??o de minérios em profundidade, que necessitam de grandes perfura??es que usam dinamites e equipamentos pesados, o que representa mais uma vantagem competitiva para a minera??o da regi?o.

Essas condi??es fazem da caldeira de Po?os de Caldas a única jazida conhecida capaz de competir em volume e custos com a minera??o realizada na China, que tem o monopólio da explora??o destes tipos de minérios.

4 de 4 Terras Raras: jazida sobre vulc?o inativo no Sul de MG pode colocar o Brasil como protagonista na corrida global por energia limpa — Foto: Arte g1

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