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Colecionador de sucessos, Geraldo Azevedo completa 80 anos com desejo de seguir produzindo

Geraldo Azevedo nasceu em Petrolina,rua praia do cassino santa maria no Sert?o de Pernambuco, em 11 de janeiro de 1945.

O primeiro viol?o foi um presente do pai, Seu Zé Delegado, quando ele tinha 5 anos.

A habilidade com o viol?o levou o pernambucano para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje.

Em mais de meio século de carreira, Geraldo Azevedo colecionou grandes parceiros musicais.

1 de 5 Geraldo Azevedo completa 80 anos — Foto: Bruna Couto/g1

“Boa noite, conterraneos!”. é desta forma que Geraldo Azevedo costuma cumprimentar o público sempre que se apresenta em Petrolina. No dia 11 de janeiro de 1945, o município do Sert?o de Pernambuco testemunhou o nascimento de um menino que, ao completar 80 anos, pode olhar no retrovisor da vida e ver que deixou seu nome marcado na história da música popular brasileira, com clássicos que atravessam gera??es.

2 de 5 Casa onde Geraldo Azevedo nasceu, em Petrolina — Foto: Clédiston Ancelmo / TV Grande Rio

Geraldo nasceu em uma casa simples, na comunidade do Jatobá. Filho de José Amorim (Seu Zé Delegado) e Dona Nenzinha, recebeu dos pais, ainda crian?a, o incentivo para trilhar o caminho artístico. Ganhou o primeiro viol?o aos 5 anos, presente dado e confeccionado pelo pai.

“Nasci em uma família muito simples, mas muito musical. Minha m?e cantava o tempo todo, em todas as suas atividades. Ela ensinava os meninos da regi?o cantando o ABC de Gonzag?o”, lembra Geraldo.

'Dona da Minha Cabe?a' é a música mais tocada do artista nos últimos cinco anosVoz mais zen da na??o nordestina, Geraldo Azevedo chega aos 80 anos com obra romantica de sabor tropical

No álbum Bicho de Sete Cabe?as, gravado em 1979, Geraldo Azevedo teve a companhia da m?e, na música Natureza Viva.

A habilidade com o viol?o é uma das grandes marcas da carreira de Geraldo Azevedo. A inspira??o vem da batida criada por outro filho ilustre do Vale do S?o Francisco, nascido em Juazeiro, na Bahia.

“A música de Jo?o Gilberto teve um papel fundamental em minhas escolhas musicais. Foi através da Bossa Nova que conheci uma nova forma de tocar e me apaixonei profundamente”.

O encanto com a Bossa Nova fez com que Geraldo fosse convidado para apresentar o programa “Por Falar em Bossa Nova”, na recém-criada Emissora Rural a Voz do S?o Francisco, primeira emissora de rádio de Petrolina. O site oficial do cantor destaca que ele foi responsável por compor a música tema e as vinhetas do programa. Ainda na cidade natal, participou da banda Sambossa.

Grandes Encontros

Aquela Rosa “Aquela rosa que você me deu Faz hoje um ano ainda n?o morreu Cultivo ainda no jardim dos amores Com as outras flores que você me deu”

Em mais de meio século de carreira, Geraldo Azevedo colecionou grandes parceiros musicais. O pioneiro foi Carlos Fernando, com quem comp?s Aquela Rosa, em 1966. Na época, o jovem já morava na cidade do Recife, onde foi estudar e se preparar para o vestibular de arquitetura.

A música é um frevo de bloco, dedicado ao carnaval pernambucano. Essa foi a primeira can??o completa feita por Geraldo, com melodia e letra. O talento como instrumentista, principalmente com o viol?o, levou o petrolinense para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje.

Na Cidade Maravilhosa vai aumentando o leque de parceiros. Com Naná Vasconcelos, Nelson ?ngelo e Franklin da Flauta, forma o ‘Quarteto Livre’, grupo que acompanhava Geraldo Vandré em seus shows.

O encontro entre os Geraldos rendeu uma das músicas mais emblemáticas do período da ditadura militar, que se instalou no Brasil entre 1964 e 1985. Can??o de Despedida terminou de ser composta fora do país, com Vandré perseguido e exilado.

Can??o de Despedida "Já vou embora Mas sei que vou voltar Amor n?o chora Se eu volto é pra ficar Amor n?o chora Que a hora é de deixar O amor de agora Pra sempre ele ficar"

A ditadura deixou marcas em Geraldo Azevedo. Em 1969, o pernambucano foi preso com a ent?o esposa, Vitória Pamplona. “Foi um período muito duro, mas que fez parte da minha história e por isso n?o posso negá-lo. Ser preso e torturado me deu uma for?a inimaginável para me tornar quem sou hoje”,destaca Geraldo, que durante um período teve que se afastar da música e voltar a trabalhar como projetista.

O encontro no Rio de Janeiro com outro pernambucano fez diferen?a na música brasileira. Censurada pela ditadura, Talism? foi a primeira can??o nascida da parceria entre Geraldo Azevedo e Alceu Valen?a, em 1977.

3 de 5 O Grande Encontro — Foto: Lívio Campos / Divulga??o

Duas décadas depois, Zé Ramalho e Elba Ramalho juntam-se à dupla e criam o projeto ‘O Grande Encontro’, definido por Geraldo “Como um dos projetos mais importantes da minha carreira".

“Estar no palco com os meus pares, somando nossas histórias, é uma coisa maravilhosa. Representamos uma gera??o muito importante da música nordestina e tenho muito orgulho de ver que o que plantamos floresceu em tantos novos artistas. Acho que abrimos um caminho muito importante na história da música brasileira, e que estamos trilhando até hoje. E isso me enche de orgulho”, diz Geraldo.

Trilha de novela e da vida

As músicas de Geraldo Azevedo também fazem parte da história da telenovela brasileira. Em 1975, marcou presen?a na trilha sonora da primeira vers?o da novela Gabriela, da Rede Globo. Caravana, feita em parceria com Alceu Valen?a, era tema dos personagens Mundinho Falc?o e Jerusa. (Veja no vídeo acima).

A lista de novelas com músicas de Geraldo Azevedo na trilha é longa. Além de Gabriela, o pernambucano esteve em sucessos como Saramandaia, Sítio do Pica-Pau Amarelo, Irm?os Coragem, A Indomada, entre outras. A última participa??o foi na trilha sonora do remake de Renascer, com Mo?a Bonita, composta em parceria com Capinan.

Para o artista, a presen?a nas trilhas sonoras das novelas ajudou a popularizar ainda mais suas músicas. “Estar em uma telenovela é a consagra??o de todo artista, pelo alcance do meio e pelo reconhecimento do público”, diz.

Os personagens da fic??o n?o foram os únicos a ter músicas de Geraldo Azevedo como tema. Lan?ada em 1981, no disco Inclina??es Musicais, Dia Branco, composta em parceria com Renato Rocha, eternizou os romances de casais da vida real.

“Eu me sinto muito realizado. Dia Branco tem quase 50 anos e até hoje está no cora??o e na história de muitos casais. Frequentemente sou convidado para tocá-la em casamentos. E s?o sempre ocasi?es muito especiais, de amor e cumplicidade. é muito bonito ver onde a nossa música pode nos levar”.

Dia Branco "Se você vier Pro que der e vier Comigo Eu lhe prometo o Sol Se hoje o Sol sair Ou a chuva Se a chuva cair"

80 anos de música

Para celebrar os 80 anos de vida, Geraldo Azevedo preparou uma série de shows comemorativos, que inclui reedi??es especiais de seus maiores projetos e uma turnê inédita com sua banda. O início será em Petrolina, onde tudo come?ou. A apresenta??o para os conterraneos será no dia 29 de mar?o, com um show exclusivo d’O Grande Encontro.

4 de 5 Geraldo Azevedo, 80 anos — Foto: Léo Aversa / Divulga??o

“é uma sensa??o maravilhosa voltar às minhas raízes, ao lugar onde nasci e cresci. Apesar de ter saído de Petrolina há mais de 50 anos, ela nunca saiu de mim. Guardo com muito carinho todas as memórias que vivi aí”, afirma Geraldo, que dá nome ao festival de música que é realizado anualmente na cidade.

A turnê ainda passa por Maceió (10 de abril), Aracaju (11 de abril), Salvador (12 de abril), Recife (26 de abril), Belém (9 de maio), S?o Luiz (10 de maio), Fortaleza (17 de maio), Natal (18 de maio) e Teresina (31 de maio).

5 de 5 Geraldo Azevedo lan?ou o single ‘Estou em paz’ na sexta-feira, 29 de novembro — Foto: Letycia Miller / Divulga??o

Em novembro, como parte das comemora??es pelos 80 anos, Geraldo lan?ou o single Estou em paz com can??o inédita composta pelo artista em parceria com Sérgio Peres e gravada com produ??o musical e arranjo do conterraneo Robertinho de Recife.

Em paz, Geraldo Azevedo inicia a festa dos 80 anos com can??o inédita produzida por Robertinho de Recife

Em Paz é a primeira da série de músicas inéditas que Geraldo Azevedo pretende lan?ar ao longo de 2025. Uma mostra do que o artista pretende para o futuro.

“Espero seguir produzindo, compondo e fazendo meus shows, que é o que mais amo nessa vida. Quero ter saúde e disposi??o para seguir em frente por muitos e muitos anos. E quando n?o puder mais, que a minha música siga eternamente na memória do povo brasileiro”.

Estou em Paz "Lembro aquela lua que eu chamei você pra ver E todas as estrelas, todo o céu Todas as can??es que eu fiz, foi pra poder Cantar para você como um segredo"

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