Falta destina??o adequada para 40% dos resíduos no país Saneamento Valor Econ?mico.txt
‘Após ficar tetraplégica em consequência de uma cirurgia, voltei a saltar de paraquedas com ajuda do meu marido e hoje inspiro outras pessoas com minha história’.txt
“O paraquedismo entrou na minha vida aos 19 anos. Fiz meu primeiro salto duplo e amei a experiência. Depois,ósficartetraplégicaemconsequênciadeumacirurgiavolteiasaltardeparaquedascomajudadomeumaridoehojeinspirooutraspessoascomminhahistóloteria lota facil a vida seguiu, até que, anos mais tarde, uns amigos de S?o Paulo vieram até a minha cidade Anápolis, em Goiás, e quiseram saltar. Eu fui junto. Foi nesse salto que conheci o meu marido. Eu estava no avi?o para um salto duplo e ele, que já era paraquedista, participava de uma competi??o. A gente se conheceu ali. Leia também 'Após passar anos na pris?o, sou a prova de que a ressocializa??o é possível’ 'O racismo quase me fez desistir do teatro. Hoje, lidero um musical na Broadway' Internada, me apaixonei por um preso. Agora, espero ele ser solto para casarmos Continuar lendo Depois daquele salto, fiquei empolgada e decidi fazer o curso para saltar sozinha. Quando come?amos a morar juntos, eu já tinha feito o curso e passei a saltar só com ele. Tenho 65 saltos solo. Sempre brinco que nunca fui boa em esportes na escola, mas no paraquedismo eu me encontrei. é um esporte que exige controle emocional e consciência corporal, e eu percebi que tinha jeito para isso. Sempre gostei de velocidade, de montanha-russa, de coisas que d?o frio na barriga, mas que têm seguran?a, que permitem controlar os riscos. Quando entendi como funcionavam os equipamentos, vi que era um risco calculado. E me apaixonei. Toda a minha história de amor com o meu marido está ligada ao paraquedismo. Depois de nos conhecermos, come?amos a conversar pelo Instagram, namoramos, saltamos juntos, ficamos noivos em pleno ar. A nossa vida sempre esteve conectada a esse esporte. Há cinco anos, eu estava na melhor fase da minha vida. Sempre sonhei em casar, ter filhos, construir uma família. E tudo isso estava acontecendo. Nós ficamos noivos no ar, durante um salto de paraquedas. Foi mágico. Nós estávamos de mudan?a para uma outra cidade, planejando a vida nova, arrumando apartamento, mudando as coisas. Eu e meu noivo come?ando nossa história juntos. Era um tempo muito especial. Raquel está junto com o marido há oito anos — Foto: Reprodu??o/ Instagram No meio disso tudo, precisei fazer uma cirurgia de hérnia de disco. Resolvi fazer antes da mudan?a porque pensei: ‘Aqui eu tenho minha família por perto, tenho suporte. Depois, seria só eu e ele [o atual marido]’. Nosso casamento já estava marcado, ent?o eram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. A cirurgia era considerada minimamente invasiva, sem necessidade de placas, pinos ou qualquer coisa assim. Eu sentia dores muito fortes e pensei: ‘Quer saber? Vou logo fazer isso para melhorar e poder tocar a vida, o casamento, tudo que estava vindo’. Mas eu estava com medo. Algo dentro de mim dizia que eu n?o queria entrar naquela sala de cirurgia. Achei que fosse só nervosismo normal, afinal, ninguém gosta de passar por isso. Nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu: saí da cirurgia sem nenhum movimento dos membros. Foi um choque. Meu noivo, que hoje é meu marido, já estava na nova cidade e correu para o hospital assim que soube, minha família também esteve ao meu lado o tempo todo. Mas, de repente, tudo mudou. Lembro de um momento logo depois da cirurgia, quando meu marido chegou, e eu disse para ele: ‘Amor, eu n?o sei o que está acontecendo comigo, mas você n?o precisa ficar. Isso é meu, é minha dor, minha luta. Você já passou por tanta coisa na sua vida, n?o é obrigado a ficar comigo agora’. E ele respondeu: ‘Raquel, nunca mais repita isso’. Hoje, gra?as a Deus, seguimos juntos e felizes. Sou muito grata a ele por ter escolhido caminhar comigo, mesmo quando a vida virou de cabe?a para baixo. Quando perdi os movimentos, os desafios foram enormes. O pai do meu marido é paraplégico, ent?o ele já sabia mais ou menos o que viria pela frente. Mas, para a minha família, tudo era novo. Eu lembro que, ainda na UTI, precisei lidar com risco de vida. E pensei: ‘Se eu me desesperar, isso vai piorar’. Ent?o foquei em respirar, em me manter calma, em olhar para meus pais, para meu irm?o, para meu marido e pensar: ‘N?o posso mudar o que já aconteceu. Mas posso tentar tornar essa situa??o um pouco mais leve, porque sen?o fica insustentável’. + ‘Adotada aos 6, sofri maus-tratos, fui devolvida e trabalhei em troca de moradia. Agora, conto minha história para proteger quem sofreu como eu' Nos dois primeiros anos, mergulhei de cabe?a na reabilita??o. Era época de pandemia, muitos profissionais n?o podiam vir até mim, ent?o meu marido assumiu esse papel. Fazíamos fisioterapia em casa, quatro a seis horas por dia, como um treinamento militar. Foi cansativo, mas fundamental para eu recuperar parte dos movimentos. Até hoje continuo os exercícios, embora n?o com a mesma intensidade. Um ano e meio depois da cirurgia, consegui saltar de paraquedas novamente. Esperei a libera??o médica, ganhei um pouco mais de estabilidade e, quando chegou o dia, foi emocionante. Todos os nossos amigos estavam lá, a galera do paraquedismo, a família. Subi no avi?o cercada de pessoas que amo. N?o tive nem o frio na barriga de costume, de t?o feliz que eu estava. Quando abri o paraquedas, só consegui agradecer a Deus pela oportunidade. Lembrei da sensa??o de liberdade, de como eu amava estar no ar. Desde ent?o, já fiz uns dez saltos duplos. Meu marido até se formou instrutor para poder saltar comigo. A gente brinca que voltamos para o ar juntos, de uma forma adaptada, porque nem sempre conseguimos viver nossos sonhos do jeito que planejamos, mas sempre dá para adaptá-los. Raquel contou com a ajuda do marido para voltar a saltar de paraquedas — Foto: Reprodu??o/ Instagram Hoje, enxergo a vida de outra forma. N?o estou dizendo que gostaria de passar por tudo isso de novo, n?o gostaria. Mas aprendi muito. Antes, vivia acelerada, no automático. Agora, consigo pausar, valorizar o presente, agradecer mais. A dor ainda faz parte da minha vida e é o mais difícil de lidar, mas eu escolho viver da melhor forma possível, com gratid?o. Profissionalmente e pessoalmente, encontrei uma nova miss?o. Sempre gostei de ajudar as pessoas. Meu marido me disse: ‘Essa é sua grande oportunidade’. E ele tinha raz?o. Nosso primeiro salto juntos depois da les?o viralizou, e recebi muitas mensagens de gente dizendo que minha história tinha ajudado em momentos de depress?o e dificuldades. Ent?o decidi usar as redes sociais para compartilhar meu jeito de ver a vida. Sempre gostei de psicologia positiva, neurociência, e encontrei um caminho para inspirar outras pessoas a enxergarem o lado bom da vida, mesmo nas situa??es mais difíceis. Se tem uma mensagem que quero deixar é essa: a gente n?o tem controle sobre o que acontece na vida, mas tem controle sobre como reagir. Quando tudo parece pesado demais, olhe para frente e valorize o que você tem, n?o o que perdeu. Nem sempre conseguimos evitar o sofrimento, mas sempre podemos aprender com ele. O que mais me deu for?as foi a minha rede de apoio — meu marido, minha família — e a minha fé. Mas também foi o fato de eu sempre ter buscado me conhecer, cuidar da minha saúde mental, estudar, fazer terapia. Quando uma dificuldade chega, quem você é por dentro faz toda a diferen?a em como vai encarar. Por isso, acredito que devemos cuidar da mente tanto quanto do corpo.” Hoje, a goiana inspira outras pessoas com sua história — Foto: Reprodu??o/ Instagram Recomenda??es MARIE CLAIRE: Os desafios da universitária que se tornou a única aluna de seu curso: 'é como ter aulas particulares em uma federal' QUEM: Famosos marcam presen?a em casamento de Sabrina Sato e Nicolas Prattes; fotos CRESCER: M?e tenta desligar aparelhos da filha na UTI Neonatal porque queria um lanche CASA E JARDIM: "Obra arquitet?nica" desafia leis da física e da constru??o civil